Um trágico episódio envolvendo uma seita no Quênia resultou na morte de mais de 400 pessoas, que foram induzidas a realizar um jejum prolongado com a promessa de conhecer Jesus Cristo. O líder da seita, identificado como Paul Nthenge Mackenzie, liderava o grupo dentro de uma floresta, onde ocorreu o que agora é chamado de “Massacre de Shakahola”. As autoridades confirmaram que o número oficial de óbitos chegou a 403 nesta segunda-feira (17/7) e a polícia continua em busca de pessoas desaparecidas.
Mackenzie, líder carismático da seita cristã, atraiu seguidores que deixaram suas casas para se mudarem para a floresta, acreditando que encontrariam uma experiência espiritual única e uma oportunidade de se conectar diretamente com Jesus Cristo. No entanto, o que parecia ser uma busca espiritual levou a uma tragédia inimaginável.
O líder da seita propôs um jejum rigoroso a todos os fiéis, prometendo que isso os aproximaria de Jesus e traria benefícios espirituais. Infelizmente, a falta de alimentação adequada resultou em mortes por fome. Além disso, há relatos de óbitos causados por estrangulamento, asfixia e agressões de diversos tipos, indicando um ambiente de abuso e controle exercido pelo líder e seus seguidores.
Em 14 de abril, Paul Nthenge Mackenzie foi preso pelas autoridades. Além dele, outras 16 pessoas também enfrentam acusações por impedir que os membros da seita deixassem a floresta, mantendo-os sob controle e influência psicológica.
Esse triste evento chocou profundamente o Quênia e levantou questões sobre a vulnerabilidade das pessoas em busca de experiências religiosas intensas. As autoridades estão empenhadas em investigar e responsabilizar os envolvidos nesse caso, buscando justiça para as vítimas e suas famílias.
Essa trágica situação também destaca a importância de um equilíbrio entre a liberdade religiosa e a proteção dos direitos humanos. É essencial que haja mecanismos de supervisão e regulamentação adequados para evitar abusos por parte de líderes religiosos e garantir a segurança e o bem-estar dos fiéis.
À medida que a busca pelos desaparecidos continua, as autoridades trabalham diligentemente para investigar todos os aspectos desse evento, identificar possíveis cúmplices e fornecer apoio às vítimas e às suas famílias. A tragédia do “Massacre de Shakahola” servirá como um alerta para a sociedade queniana e um lembrete da importância de vigilância e discernimento ao buscar experiências religiosas.