Um relógio suíço de R$ 80 mil presenteado pelo então presidente da França, Jacques Chirac, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante seu primeiro mandato, tornou-se o centro de discussões após ter sido omitido da lista oficial de presentes da Presidência. Essa omissão levantou questionamentos sobre a transparência em relação a presentes recebidos por chefes de Estado.
Assim como ocorreu anteriormente com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e suas joias e Rolex, o relógio da marca Piaget foi dado a Lula em 2005, mas não constou na relação de 568 itens de presentes oficiais que ele apresentou quando foi alvo de um processo no Tribunal de Contas da União (TCU) em 2016, relacionado à posse irregular de presentes oficiais da Presidência.
Na época, Lula mencionou ter perdido oito presentes, mas o relógio Piaget não foi citado entre eles. Em uma live semanal realizada em julho deste ano, o atual presidente Lula revelou que o relógio foi um presente de Chirac em comemoração ao Ano do Brasil na França. Ele explicou que a omissão do relógio na lista se deu porque havia perdido o objeto e somente recentemente o reencontrou.
No entanto, a explicação gerou debates sobre a consistência das informações. Especialistas e analistas questionaram o motivo pelo qual o relógio não havia sido mencionado nas declarações anteriores e se a omissão poderia ser considerada um caso de irregularidade similar ao das joias de Bolsonaro.
A discussão em torno da transparência na declaração de presentes oficiais reacendeu o debate sobre a ética e a responsabilidade dos líderes políticos em relação à prestação de contas. Os cidadãos e observadores atentos estão aguardando por esclarecimentos adicionais por parte do presidente Lula e de sua equipe em relação a esse incidente e sobre as medidas que serão tomadas para garantir a transparência no registro de presentes oficiais no futuro.
